5º Caderno

Eu prometi
Que se acaso me perdoasse eu deixava a orgia
Respondeu-me não
Me negaste seu perdão
E disseste adeus até nunca mais
Mais hoje agradeço por não ter voltado atrás

Minh’alma resplandece com a vida noturna
Perseverando , com paciência , você se acostuma
Incompreendeste uma vida destinada por Deus
Na madrugada brindarei o seu adeus

Meu coração quando abre a voz
Só quer gritar pro mundo inteiro
Quer sussurrar entre nossos lençóis
Seus desejos secretos e seus devaneios
Quer pulsar de emoção
E brindar com a vida
Entre um gole à sedução
Caminhar de mãos unidas

Meu coração que tanto te ama
Deseja você no mesmo tom
Meu coração te chama
Pra reviver o que foi bom

O coração quando encontra um par
Vai muito mais além, do que se pode imaginar
Meu coração, entre os arvoredos do caminho
Com o gorjear dos passarinhos
Só deseja te amar

Sr Tadeu subiu o morro
Para escutar o samba
E viu que só tinha bamba
Da percussão nacional
Uma terapia energia positiva
Lhe fez voltar no tempo
Emocionando de tanta alegria
Chorou, chorou... Sorriu
Tempos bons ele foi recordar
A paixão pela música lhe fez viajar
Samba no morro esse é o lugar
Desde então Sr Tadeu

Não perde mais, o... Não perde mais
Um samba lá no morro, e... Laiá Laiá
Música autêntica a pegada do povo
A semana que vem ele volta de novo

Um caçador
O rei da mata é o meu protetor
De Iourukeré é tiro certo
Acertou caiu
Quem nunca ouviu falar, mas duvidou Vou avisar
É irmão de Ogum, deus da fatura
Que sabe cobrar

Conhece de perto
Cada perigo da mata
Entende o segredo das folhas
Os mistérios da floresta
Filho de Apaocá, grande jaqueira
Protetor do seu povo, civilizador
Que o deus da brancura abençoou
E hoje é chamado de Oxóssi, o caçador

Avesso da morte, ele é expressão de vida
Valoroso é Ibô, que caiu nas graças de Oxalá
O manto azul turquesa a ele foi dado
Para que fosse saudado, e chamado de senhor
Que o deus da brancura abençoou
E hoje é chamado de Oxóssi, o caçador

Você vai sempre pensar em mim
No assobio do vento
Vai lembrar da canção
Nas horas silenciosas
Nas noites chuvosas
A remoer solidão

Sempre pensará em mim
Num sorriso, num pranto de dor
Num rosto que exprime alegria
Ou no semblante de um perdedor

Vai lembrar de mim com emoção
Vai lembrar de mim na oração
Na rua, no banco da praça
Vai lembrar com tristeza
E também achar graça
Dos bons momentos de humor
Vai sentir meu calor

Vai lembrar dos meus beijos
Vai lembrar que não presto
No silêncio da noite
Vai sonhar com meus versos
Vai sonhar com meu corpo deitando em seu corpo
Vai sentir o desejo invadindo seu leito
E quando acordar
Vai sentir a saudade
Sufocando seu peito

Devagar eu também chego , devagar eu chego lá
Vou pela sombra , vou andando , e um bom samba vou cantando
Sei também que lá em casa , tem alguém a me esperar
Mais quando vou pra São Lucas , sempre tardo a chegar , devagar...

Minha nega não se zangue , você sabe como é
A São Lucas é um terreiro ,
De grandes bambas verdadeiros , samba , jongo , candomblé
A batucada está no sangue , fale quem quiser falar
Terreiro de Compositores , será sempre meu lugar , devagar...

Fico perdido , alucinado em melodias
Em bemóis , semitons
Sustenido , e as poesias , viajando nas canções
Sincopado , de roda , ou partido
Luz , inspiração do criador
Conto os dias , da semana é o quinto
Nem me pergunte pra onde vou , devagar...

Dia 17 de agosto de 1933
Em um dia memorável
Veja o que Deus nos fez
Nos mandou um grande bamba
Que se tornou baluarte do samba
Defensor da nossa raiz
Mestre Monarco Hildemar Diniz

De Cavalcante para o mundo
Morando em Oswaldo Cruz
Exaltando a Portela mais bela tão cheia de luz
Sua trajetória é de glória
És patrimônio do nosso país
Por isso merece essa homenagem
Seguir seu exemplo é o que eu sempre fiz

Ê Ruanda... Ah! Ruanda... Oh, oh, oh...

O Povo em Ruanda sofreu por demais
As chagas que o preconceito causou
Parece que o homem foi incapaz
De reconhecer o próprio valor

Quando um menino chora
Pela falta dos pais
Não há como voltar atrás
Me pergunto quem foi capaz
De matar, de morrer, de julgar por motivos banais, tão banais
Não deve haver preconceito de raça ou de cor
Pois sobre os olhos de Deus somos todos iguais
Em cada peito se deve plantar o amor
Pra colher a paz entre Hutus e Tutsis...

Pra ver florescer em cada coração
Um sentimento maior, pra germinar nesse chão
Uma semente de união...
É triste ver o preconceito desse jeito que emana
Não há nada infinito como a estupidez humana

Faça alguma coisa, pelo amor de Deus
Eu já não consigo nem se quer pensar
Até nos meus sonhos se envolve
E de tanto querer
Vou deixar fluir meus sentimentos

Então vem, vem aliviar
Que essa dor está me maltratando
Se pra você, tanto fez tanto faz
Com a minha dor nada importa
Quem sabe amanhã, nas voltas do mundo
Pedras no caminho possam remover
E o que eu sempre quis, venha me dizer
Que muito feliz você vai me fazer...

Ê laraia laraia ê laraia laraia ê...
Ê laraia laraia ê laraia laraia ê...

E o que eu sempre quis, venha me dizer
Que muito feliz você vai me fazer...
Mais faça!

Parabéns poeta
Parabéns pra você
Mais uma vez com prazer
Eu vi meu samba acontecer

É...mas foi tão triste o seu carnaval
A sua escola passou muito mal
Agonizou, quase morreu
É...foi um desfile fora do normal
E a nota obtida no final
Foi além do que mereceu
É...alguém me disse que você chorou
Quando o desfile terminou
E a bateria emudeceu

Chorou porquê
Pois só não sabe quem não quer saber
Que seu samba nota 10 salvou
A sua escola de descer
Chorou porquê
Ano que vem eu quero mais elã
De novo o seu nome no CD
E sua escola campeã
(E eu vou cantar )

No Final...

Aparecida na beira de um rio foi acolhida
Abençoando os pescadores
Trazendo esperança à nossa vida

Aparecida, Nossa Senhora...

Quero ver, quem vai sorrir quando a dor chegar
Quando o momento é de alegria todos vem compartilhar
Junto à dor, muito chorei vi que ninguém notou
Que eu já errei sou consciente mas quem na vida nunca errou?

Quando o momento não nos favorece
Todo tempo vivido o povo esquece
Já sou novo alvo a discussão
Andam por aí falando mal em troca de atenção

Com essas pedras que me atiraram
Farei no meu jardim um bom cercado
Não vão conseguir me amargar
Sigo meu caminho nos bons ventos sem me incomodar

Jurei a ela
O meu imenso amor
No altar da capela
Onde o padre abençoou

Ainda me lembro quando éramos criança
Ela usava trança segurando uma flor
Brincava na rua todo dia sem saber se iria
Ser o seu primeiro amor ...

Hoje eu me lembro com desejo
Do nosso primeiro beijo, dos abraços no portão
Lembranças que me traz muitas saudades
Por que sua falsidade destruiu meu coração...

Disse a Dona de humilde barracão
Preocupada com a água
Dessa vez subiu demais
E a luz faz mais de um mês
Quem ilumina o vosso lar
São as velas que comprou pra procissão

E o gás já está acabando
Põe a água pra esquentar
Tomar banho de caneca
Pra poder ir trabalhar

(Ai meu Deus...Ai meu Deus)

Sexta-feira o Sol dormiu
Já despertou a Lua cheia
Roupas brancas pés no chão
Reza no fundo do quintal
Traz na sina os ancestrais
É regido por Xangô
O poder em suas mãos
No atabaque é que incendeia

(Ai meu Deus...Ai meu Deus)

Do mar é rainha Iemanjá
Quem abre o caminho, Ogum
Obaluaiê pra cuidar da saúde
Mas precisa atitude
Pra chama não se apagar

Como dois se gostam e não conseguem ficar juntos
As desavenças prevalecem sobre o sentimento
Distantes, perto em pensamento

A saudade fincada no peito a punir
palavras mal ditas, sensato calar
No silêncio refletir
E barreiras juntos transpassar
Terminamos e como vou ficar?

Sem você
Sou manhã sem orvalho
Sou rio sem água, um céu sem estrelas
Visto num olhar opaco
E a voz da razão transcende o coração
E sequer entenda...
Desatado o laço
Coração um traço
É difícil respirar e viver

Seja minha, doce amiga, amada amante
Não me diga, nunca, nunca, um adeus
De você, eu quero sempre um até breve
Longe de ti nada me serve
Eu necessito é do carinho teu

Vamos morar numa casa pequenina
Como aquela na colina
Que se ouve na canção
E a gente pode ali, viver um paraíso
É a paz que eu preciso, pra alegrar meu coração

Lá na colina em noites lindas a vagar
Me ponho a cantar, serei seu menestrel
Ante as estrelas, qual lantejoulas cintilantes
A lua musa radiante, no emboléu

Se assim você quiser
Vamos viver o nosso amor
A bel prazer, a vida um mel...

Pobre menina
A mais bela entre as flores
Tão pequena e inocente
Já amargura dissabores
Foi castigada pela própria natureza
Sem saber o porquê
Que tudo isso aconteceu

Seu corpo banhado pela lama
Bonecas, já não pode mais brincar
Sua família, o que mais ama
Hoje nem pode a abraçar
Desesperada pede a Deus
O mais breve a solução
Um lugarzinho lá no céu
Junto dos pais e seu irmão

Pois está cansada de saber
Assim como a nação
Que todo mês de Janeiro
A lama cobre um barracão

Até parece que eu nasci
Embaixo de uma mangueira
E quando eu vejo uma rosa
De mangueira eu começo a lembrar
Foi Deus quem criou (ô ô)
Eu tenho que respeitar
De uma mangueira verde
Manga rosa eu posso tirar

Linda poesia e melodia
São os frutos que a Mangueira dá
De Nelson Cavaquinho, com minhas mãos já toquei
De Mestre Cartola, na cabeça acertou
De Carlos Cachaça, foi um trago de arrepio
Sem Mangueira meu mundo é vazio

Tira o olho dessa nega oh Mané
Essa Dona tem Dono , sempre olhando atravessado
Pra mulher de Beltrano e Ciclano
Talarico , sujeito safado , pilantra , otário , não fica de pé
Se eu te pego, te esculacho,
Ou então tira o olho da minha mulher

Sujeito não é convidado e nem respeitado
Na malandragem sequer é citado
Não sabe chegar , muito menos sair
Deitado num caixote daqui vai sumir
Na nossa quebrada isso não é aceito
E esse olhar de traíra , vai dá goela pro queixo
Aqui só o dedo que mole , tu pode sentir no seu peito
Se ao 9º mandamento não tiver respeito